Cirurgia bariátrica – explicamos tudo sobre a cirurgia de gastroplastia ou redução de estômago!
Entenda como funciona e quais são os cuidados e riscos de uma cirurgia de gastroplastia, conhecida como cirurgia bariátrica ou de redução do estômago. Confira aqui uma pesquisa interessante sobre ela.
Alguns procedimentos médicos fazem enorme sucesso em nossa sociedade, mas nem sempre sua indicação e perigos realmente são discutidos a sério. A cirurgia bariátrica é com certeza um desses procedimentos que acabam sendo hoje encarados como simples ou corriqueiros, mas não é bem por aí. Vamos explicar aqui como funciona e que riscos estão envolvidos a quem adota a cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia de redução de estômago. Claro que nenhum médico consciente irá indicar esse procedimento a quem não necessite realmente, mas é bom que você se informe e entenda os riscos.
Cirurgia bariátrica – do que se trata?
A cirurgia bariátrica é um procedimento médico utilizado para reduzir o estômago, utilizada em casos onde o paciente está pelo menos 40 quilos acima do peso ideal para sua altura, ou quando está predisposto a doenças causadas pelo excesso de peso, e não há possiblidade real de emagrecimento através de dietas e exercícios. Pode ser feita por pessoas de 16 a 60 anos, mas há uma série de riscos e cuidados envolvidos. Normalmente, não é a primeira opção dos médicos.
Existem dois tipos de cirurgia bariátrica. No primeiro, em que há redução do tamanho do estômago, existem três variações denominadas: banda vertical ajustável, gastroplastia vertical, gastroplastia vertical com by-pass em y de Roux. Esta última, também chamada Capella ou Fobi-Capella, é a mais utilizada e foi desenvolvida por cirurgiões. Além da restrição causada pela diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena disabsorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado.
O segundo tipo é a cirurgia disabsortiva (ou Derivação bilio-pancreática), chamada de cirurgia de Scopinaro. Neste caso, o paciente terá mais liberdade de comer maior quantidade de alimentos, já que não há grande diminuição doestômago, que fica com 2/3 do seu tamanho original. O que é feito aqui é um grande desvio do alimento, que vai para o intestino grosso. A primeira cirurgia bariátrica foi realizada por Kremen e Liner em 1954. Nessa ocasião, o procedimento foi feito com o intuito de promover a redução de peso e foi utilizado o by-pass (desvio) do intestino. Em 1982, foi feita a inserção de um método cirúrgico que se tornou bastante utilizado ao longo dos anos, a gastroplastia vertical com bandagem.
No Brasil existem hoje quatro técnicas regulamentadas pela Resolução nº 1.942/2010 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações, procedimentos e equipe médica necessária.
Em que casos a cirurgia bariátrica é indicada?
Pois é, ao contrário do que se pensa, a cirurgia bariátrica não é um atalho fácil para quem não quer praticar exercícios físicos ou fazer uma dieta eficiente. Pelo contrário, é preciso uma série de fatores associados.
IMC – Este é um fator determinante. Uma cirurgia bariatrica é indicada quando o IMC (PESO EM Kg / ALTURA EM METROS ao quadrado) está acima de 40. Caso o paciente apresente alguma doença relacionada com obesidade, que são chamadas de comorbidades (hipertensão, diabetes, artrite…) o IMC necessário para ser indicada a cirurgia é de 35.
Exames – Deve existir toda uma condição clínica favorável a execução da cirurgia. Pacientes que tem pressão alta ou problemas cardíacos tem de ser acompanhados de perto, devido aos riscos que estarão envolvidos na cirurgia. Vários exames terão de ser realizados. Além da medição da pressão arterial, dosagens da glicemia, lipídeos sanguíneos, e outros exames sanguíneos, avaliação das funções hepática, cardíaca e pulmonar. A endoscopia digestiva e a ecografia abdominal são importantes procedimentos pré-operatórios. A avaliação psicológica também faz parte dos procedimentos pré-operatórios. Pacientes com instabilidade psicológica grave, portadores de transtornos alimentares (como, por exemplo, bulimia), devem ser tratados antes da cirurgia.
Idade – Embora a OMS efetive como 16 a 60 anos a faixa etária em que a pessoa está apta para a cirurgia, recomenda-se que a pessoa tenha ao menos 18 anos e que todas as vias de corrigir o problema de sobrepeso tenham sido esgotadas.
Equipe médica – É preciso que o paciente possa ser operado pela equipe médica (geralmente 3 cirurgiões, 2 anestesistas e uma instrumentadora) em Hospital que esteja aparelhado para o tratamento de pessoas com obesidade mórbida.
É claro que além desses pré-requisitos estabelecidos, o paciente tem de estar consciente de tudo que pode ocorrer em uma cirurgia desse porte. Embora hoje ela seja mais segura, ainda há riscos inclusive de morte, e o pós operátorio requer paciência e cuidados para a recuperação. Mas o paciente tem de estar decidido a mudar seus hábitos e fazer o que é necessário para a melhoria da sua saúde.
Riscos da cirurgia bariátrica
Sim, é preciso conhecer a fundo os riscos associados a cirurgia. São eles:
Infecções – Um dos problemas que pode acontecer, embora com incidência muito baixa, é a infecção no local de implantação do portal de injeção, que, apesar de não proporcionar risco de morte, faz com que este tenha de ser removido temporariamente, para depois ser substituído por outro. Apesar de rara, a infecção também pode acontecer na faixa colocada ao redor do estômago e ainda dentro do abdome, necessitando a remoção de todo o sistema. A taxa de infecção média gira em torno de 0,5% e pode ser minimizada com cuidados rigorosos de assepsia durante o ajuste da banda.
Complicações cardíacas – complicações pulmonares e cardíacas podem ocorrer principalmente naqueles pacientes com muitos fatores de risco, contabilizando um risco total de complicações entre 3% e 5% e uma mortalidade global inferior a 0,1%. A taxa média de indivíduos que necessitarão de uma re-operação é de ± 2%, sendo causadas pelas complicações acima descritas.
Riscos pós operatórios – O período de obesidade que alguns pacientes já viveram não é apagado. Muitas seqüelas do excesso de peso ficam marcadas para sempre nesses pacientes. Embora várias doenças apresentem melhora ou até cura com o emagrecimento não podemos esperar que o coração e as coronárias estejam totalmente normais após anos de obesidade mórbida. Uma pessoa que já foi obesa mórbida, mesmo que pós-operada de vários anos e agora magra, também terá seus riscos de sofrer um infarto do miocárdio. Um joelho que suportou uma grande massa corpórea ficará para sempre seqüelado, mesmo que, após a cirurgia, o paciente esteja magro.
Inclusive, no vídeo abaixo, o Dr Ricardo Fittipaldi fala um pouco sobre esses riscos:
Intercorrências cirúrgicas – O sucesso da operação depende também do esforço do paciente. Por isso, antes de entrar no centro cirúrgico é necessário a assinatura de um termo de consentimento e conscientização.
Além disso, um erro frequente dos pacientes é parar de consultar o médico quando o resultado é atingido. Os médicos alertam que na verdade o tratamento é para o resto da vida, e que é preciso um acompanhamento frequente para evitar problemas.
Conclusão
Bom caros leitores e leitoras, espero que nossas informações tenham sido úteis e que possam ter ajudado. É importante que você que hoje tem sobrepeso tente ir controlando aos poucos, e não tenha de recorrer a uma cirurgia bariátrica, pois como se viu, os riscos são altos e se puderem ser evitados, tanto melhor.
Que Jesus continue te abençoando e te proporcionando muitas alegrias.