Restaurações dentárias com resina branca se destacam como alternativa estética
Muitos insatisfeitos com próprio sorriso encontram na troca das restaurações cinza pelas brancas uma grande alternativa estética, sem prejudicar em nada a estrutura dentária
Não se trata de qualquer novidade: ter os dentes brancos – feito os de comerciais de pasta dental – representam o sonho de milhões de brasileiros. Tanto é verdade que a Odontologia é incansável em sua evolução, no sentido de atender um público cada vez mais exigente. Logo, são muitos que acabam por aderir à substituição das antigas restaurações metálicas por uma ‘branca ou da cor dos dentes’. Mas será que realmente vale à pena trocá-las? Para a cirurgiã dentista Tatiana Beltrami* – especialista em Dentística Restauradora e membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), a mudança de uma restauração pode se dar por dois motivos principais: problemas que envolvem a saúde do dente, como uma fratura da restauração preexistente ou por reaparecimento de cárie, ou por motivo exclusivamente estético. “Não há impedimento algum para aqueles pacientes que tem restaurações em amálgama (cinza) em perfeito estado e querem trocar por uma em resina (branca)”, afirma a cirurgiã dentista.
Por outro lado – com o passar do tempo, as restaurações acabam mesmo precisando de troca, seja por fratura ou recidiva de cárie. É claro que são vários motivos que vão determinar qual é o prazo da substituição. “As restaurações com cinco, seis anos, já são consideradas de absoluto sucesso, mas, já acompanhei pacientes com restaurações de 10, 15, 20 anos que não precisavam de troca, bastou renovar o acabamento, polir e parecia estar nova”, conta Tatiana Beltrami. Vários fatores podem determinar a necessidade de troca, entre eles, o profissionalismo com que foi feita a restauração, o tamanho do local restaurado, a utilização do dente em questão, a higienização e o tipo de alimentação.
Prós e contras dos materiais
– Existe uma discussão sobre a toxidade do amálgama, pois em sua estrutura encontra-se mercúrio. Pesquisas apontam indivíduos com aumento de níveis de mercúrio no sangue e na urina e suspeita-se estar associado à presença dessas restaurações. Como é um metal pesado, o mercúrio pode causar diversos problemas de saúde. Mas não há comprovação de doenças sistêmicas causadas em pacientes com restaurações de amálgama, comenta.
Na resina composta foto polimerizada, utilizada nas restaurações brancas, não há a presença de mercúrio. O lado negativo é que embora atualmente as resinas estejam bem mais duráveis, elas ainda são um pouco menos resistentes ao desgaste. “Mas tem uma boa notícia: elas podem ser retocadas e reformadas, e mesmo tendo um custo um pouco maior no momento em que são feitas pela primeira vez, essa possibilidade da reforma, deixa-a mais barata em longo prazo”, orienta a especialista. Além disso, de acordo com a cirurgiã dentista, os adesivos das resinas mais modernas têm flúor na sua composição, o que diminui a ocorrência do reaparecimento de cárie.
Cuidados na troca
Tatiana afirma que quando é feita a troca de amálgama por resina a cavidade obtida após a retirada do material antigo já é compatível com o novo material restaurador, portanto, nenhuma parte do dente sadio será sacrificada.
Basicamente, quando a área a ser restaurada é pequena, valem as dicas acima. No entanto, quando o local é muito extenso, existe a necessidade da técnica indireta, quando a peça é confeccionada em laboratório, fora da sala da cirurgiã dentista. Na maioria destes casos, parte sadia do dente pode ser sacrificada, pois são preparos com exigências diferentes. Mas, Beltrami garante, que isso não irá prejudicar o paciente. “Tudo é feito em busca da harmonia entre a restauração e o dente”, diz. A técnica indireta vai depender da indicação do profissional e das necessidades técnicas, funcional e estética do dente. O material a ser escolhido pode ser os cerômeros (resina foto polimerizada em fornos com luz especial para a polimerização da peça – restauração indireta), bastante utilizados em restaurações extensas.
(*) Tatiana Beltrami, também, é delegada do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul (CRO/RS) – Região de Porto Alegre e Metropolitana – e presidente da Comissão de Eventos da Autarquia.