Uso prolongado de pílula anticoncepcional não causa infertilidade
Medicamentos orais contraceptivos não têm efeitos positivos ou negativos na fertilidade, contudo, podem mascarar doenças ou auxiliar tratamentos
Na contramão do que muitas mulheres acreditam as pílulas anticoncepcionais não prejudicam a fertilidade, mesmo após longo tempo de uso. Elas também não têm efeitos positivos diretamente ligados à saúde fértil, ou seja, não preservam a função reprodutiva. “Os medicamentos contraceptivos apenas bloqueiam o ciclo menstrual e não têm efeito na quantidade e qualidade da reserva ovariana”, explica a Dra. Karla Zacharias, médica especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington.
Os anticoncepcionais são compostos, em sua maioria, por estradiol e progesterona. O medicamento impede que os folículos ovarianos, que são como “bolsas” que armazenam as células reprodutivas femininas, se desenvolvam e liberem os óvulos, o que impossibilita a gravidez. Quando o uso é suspenso, a mulher volta a ovular normalmente em um mês após a interrupção da medicação. Em casos de mulheres que fizeram o uso prolongado e ininterrupto do medicamento por alguns anos, pode levar de três a seis meses até que o ciclo menstrual se regularize. Portanto, não há contraindicação para que aquelas que desejam engravidar logo após parar com os anticoncepcionais.
De onde vem esse mito?
Segundo a Dra. Karla Zacharias, “a época em que esses medicamentos são ingeridos é a mais fértil da vida. Algumas mulheres já apresentam fatores que a levariam à infertilidade, mas só descobrem na hora em que param com a pílula para tentar engravidar. Muitas delas relacionam o uso da pílula com não conseguir ter filhos, o que não é verdade”. Com o passar do tempo, além de condições clínicas individuais, a idade se torna o maior impeditivo, por conta da redução do número e qualidade dos óvulos.
Às que não desejam ter dificuldades para engravidar, mesmo com uso do anticoncepcional em período fértil, o médico orienta duas alternativas. “Uma é ficar atenta à idade em que pretende engravidar e visitar um especialista para avaliação da saúde fértil, pois, assim, é possível medir até quando haverá qualidade suficiente para gerar embriões saudáveis. Para as pacientes que não têm previsão de maternidade, a preservação da fertilidade é um procedimento simples e seguro. É a forma mais garantida de dar mais anos de vida a bons óvulos”.
Pílulas podem agir em doenças ginecológicas
Apesar de não ter efeitos diretos na fertilidade, os anticoncepcionais demonstram efeitos quando tomados em pacientes com algumas condições ginecológicas. Eles podem diminuir, por exemplo, a incidência de algumas doenças como câncer de ovário, endometriose, menopausa precoce e mioma uterino. “Além destas, eles também são usados como tratamento complementar para alguns casos de síndrome dos ovários policísticos (SOP). Por impedir a atividade menstrual, os sintomas dessas enfermidades são amenizados”, segundo o especialista. “Isso não quer dizer, contudo, que a doença está controlada e não haverá mais problemas. A busca por um especialista é sempre a melhor alternativa para quem de depara com algum sintoma dessas enfermidades”.
Sobre o Grupo Huntington
Criada em 1995, a Huntington Medicina Reprodutiva é um dos maiores grupos do Brasil, com cinco unidades instaladas em São Paulo e uma nova unidade em Campinas. Sob a direção de Paulo Serafini e Eduardo Motta, renomados especialistas na área, o grupo é referência nacional e internacional em tratamentos para fertilidade. A Huntington possui corpo médico e técnico-científico altamente capacitado, que se destaca na prática clínica, cirúrgica e tecnológica. Os principais tratamentos utilizados atualmente são: Inseminação Artificial, Fertilização in Vitro, além de técnicas de reversão de vasectomia e de laqueadura, entre outras.
E quanto a alteração da superfície do endometrio? Isso não pode causar danos permanentes?